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Stone entra na era do ‘bundle’ e começa a integrar a Linx; tri bate o consenso

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A Stone reportou mais um resultado forte, superando seu próprio guidance e o consenso do mercado pelo terceiro trimestre consecutivo.  

A empresa de adquirência cresceu seu top line em 31% no primeiro tri para R$ 2,7 bilhões, e aumentou seu EBT ajustado (o lucro antes dos impostos) em 370% na comparação anual e 17% no sequencial, para R$ 324 milhões. 

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O guidance que a companhia deu em março era de uma receita de R$ 2,6 bi e um EBT ajustado de R$ 265 milhões. O lucro também veio forte, em R$ 236 milhões, subindo 465% na comparação anual e 16% no sequencial. 

O sellside projetava um lucro um pouco menor, de R$ 219 milhões.

O TPV dos clientes PMEs aumentou 24% na comparação anual, atingindo R$ 78,9 bilhões. No sequencial, o TPV caiu 3,7% por uma questão sazonal.

O trimestre é o primeiro divulgado pelo CEO Pedro Zinner, que assumiu o comando de fato há pouco mais de um mês, substituindo Thiago Piau. 

Zinner disse que o objetivo da Stone daqui para frente é atuar com o conceito de bundle, com todos os produtos da empresa integrados numa única oferta. 

“Queremos entregar uma plataforma de serviços financeiros com soluções integradas que vão muito além da adquirência, além de uma oferta de software que vai junto com esse bundle de produtos,” o CEO disse ao Brazil Journal.

Segundo ele, a Stone está começando agora a fazer essa integração maior com a Linx, que rodou de forma praticamente independente nos últimos anos. 

“A integração começou a ser feita. De forma modesta, mas já começou,” disse o CEO. “Tem um chief operating officer de software que reporta a mim e tem um chief operating officer da plataforma financeira, que também reporta a mim. Não é um negócio completamente desconectado. Mas a capacidade de integrar e de maximização de valor está só no início.”

Segundo ele, ainda há muita oportunidade de otimização e integração dos dois negócios. “Tem muita margem para ganhar.”

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Zinner disse ainda que a Stone já fez alguns avanços na vertical de crédito, relançada há cerca de dois meses. Em 2021, a companhia paralisou o negócio depois de sofrer perdas relevantes no produto.

Até o final de abril, a Stone tinha concedido apenas R$ 6 milhões em crédito para cerca de 200 clientes.

“Já estamos escalando o produto mas não adianta crescer muito o volume num momento de mercado difícil. Vamos ter uma abordagem conservadora e aumentar o portfólio de acordo com as condições de mercado,” disse o CEO. 

Zinner disse que os números do primeiro tri foram impulsionados pelo aumento da base de clientes; um maior engajamento dos clientes com outros produtos financeiros (a base de clientes ativos de banking subiu 80%, por exemplo); e por uma dinâmica de maior disciplina de preços, com repasses para os clientes. 

No trimestre, a Stone elevou seu take rate (a comissão cobradas nas transações) de 2,21% para 2,39% nas PMEs. Nas chamadas key accounts, que tem uma representatividade pequena na receita, o take rate ficou praticamente estável. 

O vp de finanças e relações com investidores, Rafael Martins, disse que vê espaço para a companhia continuar otimizando o take rate, mas não na mesma magnitude que a empresa fez desde o início do ano passado, com reajustes de preço expressivos. 

A Stone também teve uma forte geração de caixa no trimestre. O caixa aumentou em quase R$ 500 milhões, e a companhia agora tem um caixa líquido de R$ 4 bilhões. Mas a geração de caixa teve o impacto positivo da venda da posição da Stone no Inter, que contribuiu com R$ 218 milhões. 

Para o segundo trimestre, a Stone espera fazer um TPV de R$ 83 bilhões a R$ 84 bilhões nas PMEs, receita de R$ 2,87 bilhões e lucro antes dos impostos de R$ 375 milhões. 

Zinner disse que um dos maiores desafios da empresa é reduzir o número de iniciativas e ter foco. 

“A gente vem tentando fazer isso, mas exige disciplina, porque é deixar de fazer algumas coisas e todo mundo tem o viés de querer fazer mais”.

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