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Bolsa ainda pode subir mais no curto prazo, diz JP Morgan

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A sequência de ralis nos últimos dias levou a Bolsa brasileira a acumular uma alta de mais de 10% desde o seu vale em meados de março. Depois desse sprint, muitos gestores começam a duvidar de que haja espaço para mais valorização, dado que todos os possíveis catalisadores já estariam precificados.

O JP Morgan discorda.

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Num relatório divulgado hoje, o time de Emy Shayo nota que a ponta longa da curva de juros já fechou 2 pontos desde o fim de janeiro e, ainda assim, a Bolsa pouco se moveu nesse período.

As ações também reagiram pouco ao fato de a inflação implícita nos juros futuros ter caído abaixo de 6% pela primeira vez desde as eleições.

Para o JP, as melhoras conjunturais ocorridas recentemente (globais e domésticas) “são muito mais significativas do que as traduzidas nos preços”.

“Além do mais, o gatilho mais importante de todos, o corte da taxa de juros, ainda precisa se materializar,” escrevem os analistas.

O relatório lista quatro gatilhos que não têm recebido a devida atenção do mercado, na opinião do banco.

1. A temporada de balanços foi melhor do que o esperado 

Mais empresas bateram o consenso (41%) do que desapontaram (31%) no primeiro tri.

“Os lucros melhores do que o esperado podem encerrar a longa série de revisões para baixo nos resultados deste ano e do próximo, talvez dando início a revisões para cima,” diz o JP.

2. Maior crescimento da economia

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Os números do PIB ficarão acima do previsto e novas revisões positivas são prováveis, diz o JP.  “Um PIB maior também sugere lucros maiores.”

3. A barreira de proteção do Congresso 

O Congresso impôs uma derrota ao governo em sua tentativa de alterar o Marco do Saneamento, e Arthur Lira tem afirmado que não permitirá que reformas já aprovadas sejam derrubadas. Em outro ponto positivo, o Marco Fiscal poderá ser aprimorado por deputados e senadores.

“O Executivo continuará apresentando projetos que não são market friendly, mas as chances de eles se materializarem diminuíram,” diz o JP.

4. Corte dos juros 

“Considerando a disparidade dos preços entre juros e ações, assumimos que as ações ainda não precificam o corte dos juros,” dizem os estrategistas.

As taxas de juros mais baixas vão desencadear uma reprecificação da Bolsa, que está emperrada em um valuation de 7,2x o lucro esperado para os próximos 12 meses – o mesmo múltiplo em que o Ibovespa está desde o início da alta de juros pelo BC, no primeiro trimestre de 2021.

“Raramente vimos uma situação de tanta disparidade quando os juros estão prestes a cair,” diz o relatório.

O banco manteve a recomendação de desempenho acima da média para a Bolsa brasileira, tanto no portfólio Latam como no de mercados emergentes. O time está underweight no setor de energia, mas overweight no financeiro, imobiliário, consumo discricionário e saúde.

“A história é bastante simples e baseada em custo de capital mais baixo vindo de taxas de juros menores, com valuations em níveis que poucas vezes vimos anteriormente.”

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